A adoção de tecnologias de ponta para garantir a segurança da população já é uma realidade em muitos países do mundo, inclusive o Brasil. Mas o ritmo em que as inovações são implementadas ainda é relativamente lento. Para evoluir rapidamente, as agências de segurança devem apostar cada vez mais na transformação digital. Ferramentas como inteligência artificial, internet das coisas e análise de big data podem dar mais agilidade e eficiência à investigação criminal. Afinal, na era digital as informações são rastreáveis e funcionalidades como a geolocalização tornam mais fácil identificar pessoas e atividades suspeitas.
Além disso, é importante observar que, com o uso cada vez mais amplo das tecnologias digitais pela população, surgem também novos desafios operacionais para as forças de segurança. Neste artigo, vamos mostrar algumas das principais tendências ligadas à transformação digital na segurança pública. Fique por dentro!
Inteligência artificial
Uma das novidades mais promissoras da era digital é a inteligência artificial (IA). Por meio dessa tecnologia é possível realizar diferentes tarefas, como a identificação de padrões, similaridades e tendências. É claro que essas funcionalidades são bastante úteis para o aumento da eficiência nas ações de inteligência. Além disso, com o uso da IA, o tempo de resposta pode ser bastante reduzido, especialmente quando há uma combinação entre IA e aprendizado de máquina. Nesse caso, os dados gerados nos centros de operação podem ser usados para indicar aos sistemas respostas padrão, com base nas demandas mais comuns ou em eventos similares.
Big Data
A análise de big data é uma ferramenta fundamental em um cenário como o atual, em que a maior parte das atividades das pessoas fica registrada. Especialistas estimam que o mundo produza 25 quintilionbytes de dados por dia, o que equivale a cerca de 2,5 milhões de terabytes. O problema é que esses dados ficam dispersos por diversas plataformas na internet. Isso torna bastante difícil analisá-los de forma estruturada e obter conclusões que possam ser utilizadas para gerar informação de qualidade.
É aí que entra o chamado big data: trata-se de uma abordagem que permite processar dados não estruturados de diversas fontes e criar correlações entre eles para identificar tendências, comportamentos e outras informações úteis. Na área da segurança pública, esse tipo de análise possibilita o monitoramento de atividades criminosas por meio do cruzamento de dados de indivíduos suspeitos, horários e locais com maior propensão ao cometimento de crimes. Esse tipo de sistema já é utilizado no Brasil e em outros países, como Inglaterra e Estados Unidos.
Internet das Coisas (IoT)
A quantidade de dispositivos conectados à internet das coisas (IoT) vem crescendo exponencialmente nos últimos anos, e estima-se que até 2025 este número chegue a 30 bilhões de aparelhos, carros, instalações industriais e outros. Por meio dessa tecnologia, as agências de segurança pública podem integrar dados obtidos de diferentes fontes, como sistemas de controle de acesso, câmeras de segurança e alarmes. A conectividade com equipamentos de vigilância e monitoramento, por exemplo, pode ser usada como base para a utilização de reconhecimento facial para cruzamento com bancos de dados de criminosos.
Proteção de dados e privacidade
A adoção de todos esses recursos, resultado do momento de transformação digital na segurança pública, tem trazido à tona uma discussão sobre como utilizá-los para proteger a população sem violar o direito à privacidade individual. No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) regula a forma como as instituições podem usar e armazenar informações pessoais, especialmente quando não há autorização para isso. Diante desse desafio, surgiu a certificação ISO 27701, que segue padrões internacionais de gestão de segurança da informação e atende os requisitos da legislação brasileira.
Em resumo
As agências de segurança pública estão passando por um momento de grandes transformações. Por um lado, a sociedade conta com novas tecnologias, que tornam os crimes mais complexos e dificultam a proteção da população. No entanto, essas mesmas ferramentas podem ser usadas para garantir a segurança pública de forma mais ágil e eficiente.
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